14 dez 2020

Relatório da agência de classificação de risco acredita em um ambiente competitivo acirrado para o certame que ocorrerá na próxima quinta-feira, 17 de dezembro

Fonte.: CANALENERGIA / MAURÍCIO GODOI DE SÃO PAULO (SP)

Os próximos leilões de transmissão no Brasil deverá apresentar alta competitividade. De acordo com um relatório divulgado pela agência de classificação de risco Moody’s, essa visão deve-se aos riscos relativamente baixos do setor e pela disponibilidade de alternativas de financiamento de longo prazo a custos razoáveis. Como consequência, o ambiente competitivo acirrado deverá pressionar os retornos. No último leilão em dezembro de 2019, as taxas de desconto atingiram 60,3% contra 20% em média durante 2015 e 2017.

Do ponto de vista do crédito, continua a Moody’s, isto significa que concessões mais novas terão disponibilidade de fluxo de caixa relativamente menor para o cumprimento dos serviços de dívida, deixando um colchão mais reduzido para estruturas de capitais altamente alavancadas. No entanto, espera liquidez adequada para companhias para às quais atribui ratings.

Segundo o relatório, a regulação do setor é favorável porque está baseada na disponibilidade de ativos e não no volume de energia e isto atribui maior estabilidade e previsibilidade às companhias desse setor. E que as margens elevadas das companhias permanecerão sem mudanças no curto prazo.

A Moody’s lembra que a expansão da rede de transmissão é essencial para apoiar uma alocação eficiente de energia no sistema integrado do país devido às dimensões continentais do território brasileiro. Os projetos em construção devem adicionar 20 mil quilômetros à extensão total da rede nacional interconectada até o final de 2022. E ainda, que após mudanças contratuais em 2016, a concorrência entre licitantes do setor privado aumentou, direcionando os resultados dos leilões e levando a taxas de desconto maiores sobre a receita oferecida para os novos ativos.

“De um modo geral, a Moody’s espera que novos projetos sejam financiados essencialmente pelo mercado local, beneficiando-se de um ambiente de taxas de juros baixas e da ampla disponibilidade de recursos de longo prazo por meio de bancos de investimentos e debêntures de infraestrutura”.

O principal risco para as transmissoras continua a ser o de construção. Contudo, aponta que este é amplamente compensado por garantias bancárias ou da matriz. “Os projetos de transmissão em construção enfrentam riscos maiores de atrasos programados e custos mais elevados do que o projetado. Mas as garantias bancárias e da controladora embutidas em contratos geralmente garantem dívidas reembolso até que os limites operacionais mínimos sejam atingidos, mitigando os riscos de execução”, indica.