Transmissora fechou terceiro trimestre com alta da receita líquida e Ebitda e prevê concluir três projetos até o fim do ano
Fonte.: CanalEnergia / Letícia Fucuchima
Operadora no segmento mais estável do setor elétrico, a transmissora ISA Cteep passou ao largo da volatilidade de curto prazo e obteve mais um trimestre de crescimento de suas principais métricas.
Entre julho e setembro, o Ebitda da companhia subiu 31,1% no comparativo anual, para R$ 668,8 milhões, enquanto a receita líquida regulatória avançou 24,7%, para R$ 821,3 milhões. Já o lucro líquido regulatório teve ligeira queda de 2,4%, para R$ 400,6 milhões,
afetado por um efeito de imposto de renda e contribuição social.
Segundo o presidente da companhia, Rui Chammas, a transmissora conseguiu manter a
disciplina operacional e financeira e avançado com o plano estratégico mesmo num ano de dificuldades impostas pela pandemia. “Seguimos elevando os investimentos, tanto em ‘greenfields’ [projetos “do zero”] quanto em reforços e melhorias. Temos duas boas notícias: estamos perto de energizar os projetos Itaquerê e Tibagi.”
De janeiro a setembro, a companhia investiu R$ 920 milhões, valor 91,1% superior ao igual período de 2019. Desse total, R$ 793,6 milhões foram destinados aos 13 projetos em construção. O restante foi direcionado a reforços e melhorias das linhas existentes –
vertente que a companhia pretende expandir nos próximos anos, já tendo autorizações para mais de R$ 1 bilhão de investimentos.
Dos mais de dez empreendimentos tocados pela transmissora, três estão previstos para serem concluídos neste ano. A companhia acabou de energizar o projeto Itaquerê, em São Paulo, com R$ 250 milhões em investimentos para a implantação de três compensadores síncronos na subestação Araraquara 2. Com isso, já está recebendo 90% da receita anual permitida (RAP), de R$ 52 milhões para o ciclo tarifário 2020/2021.
Segundo o presidente da transmissora, o projeto de Tibagi (SP/PR) também está pronto, na fase de comissionamento e testes, e deve obter o termo de liberação definitiva em breve. Outro empreendimento, de Aguapeí (SP), está com as obras praticamente concluídas e também tem energização prevista para este ano. Juntos, os projetos somam R$ 80 milhões de RAP no ciclo 2020-2021.
Em paralelo, a ISA Cteep estuda os lotes do próximo leilão de transmissão de energia, marcado para dezembro, e avalia potenciais negócios no mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês). “Não buscamos tamanho de portfólio, mas sim crescimento rentável”, destaca Chammas.
No caso do certame de transmissão, a companhia está se aprofundando nos estudos dos lotes que considera mais sinérgicos com os projetos atuais, como forma de ampliar sua competitividade. “É natural que o leilão seja competitivo. A regra que impede as empresas de vender os ativos antes de terminálos pode afastar os investidores de perfil não estratégico.”
A companhia também está avançando com o projeto de exploração imobiliária nos seus
terrenos. Nos últimos meses, a empresa fez um primeiro mapeamento de terrenos que, a princípio, poderiam gerar interesse imobiliário. Foram selecionados dez lotes, que somam mais de 1 milhão de metros quadrados, distribuídos na capital paulista e no corredor até o Vale do Paraíba. “Estamos fazendo um trabalho bem estruturado para transformar esse vetor numa das dimensões de crescimento da companhia. Não temos urgência.”
Ainda segundo Chammas, a transmissora começará a estudar a possibilidade de atuar, no Brasil, com serviços energéticos distribuídos, já explorados pelo grupo ISA fora do país.