Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

25 set 2020

PorCovid-19, consulta a índios sobre linhão em Roraima isolará tradutor por 14 dias

Fonte.: Agência Reuters / Por Luciano Costa

Para retomar o licenciamento ambiental de um importante linhão de transmissão de energia em Roraima, o governo do presidente Jair Bolsonaro comprometeu-se junto aos índios Waimiri-Atroari a seguir orientações de prevenção contra o novo coronavírus sugeridas pela etnia, que terá parte de suas terras cruzadas pelo empreendimento.

Entre essas medidas preventivas, devido à grande preocupação dos indígenas com a pandemia, está a exigência de isolamento prévio e testagem dos profissionais que adentrarão o território dos nativos, disse à Reuters a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Licitada ainda em 2011, a linha de transmissão está sob responsabilidade de um consórcio entre a estatal Eletronorte, da Eletrobras, e a privada Alupar, mas as empresas até hoje não obtiveram a licença de instalação, necessária para iniciar as obras.

No momento, a emissão da licença aguarda a conclusão do chamado “componente indígena”, a cargo da Funai, etapa que envolve consulta aos nativos sobre o projeto e ficou paralisada por meses devido à disseminação da Covid-19, uma vez que os índios optaram por se isolar totalmente como forma de proteção.

Agora, houve acordo para retomada a partir do próximo mês, o que envolverá o envio pela Funai de profissionais ao território dos Waimiri-Atroari com o objetivo de traduzir para o idioma deles documentos sobre o empreendimento de energia. A tradução será feita pelos próprios índios com apoio de dois professores que já atuaram antes com o idioma, segundo o órgão estatal.

“Os professores irão seguir o protocolo Waimiri-Atroari, conforme solicitado pela etnia, o que inclui quarentena de 14 dias e testagem antes da entrada em Terra Indígena”, afirmou a Funai em nota à Reuters.

“Dessa forma, pode se garantir que os trabalhos de tradução sejam realizados com toda segurança, respeitando as medidas de saúde necessárias”, acrescentou.

A aceitação pela Funai das exigências dos índios vem após uma carta deste mês dos Waimiri-Atroari em que eles mostraram temer o vírus e disseram que contatos anteriores entre nativos e o “desenvolvimento” não geraram os benefícios a eles prometidos.

“Somos extremamente vulneráveis às doenças dos Kaminja”, afirmam, em referência aos não-índios. “TEMOS MUITA PREOCUPAÇÃO!”

Os nativos disseram ainda que nenhum deles contraiu a Covid-19 até o momento e rejeitaram oferta da Funai de uma “carona” de helicóptero para o deslocamento dos indígenas que participarão da tradução.

Esses nativos deverão se encontrar com os profissionais da Funai para os trabalhos no chamado Núcleo de Apoio Waimiri-Atroari (NAWA), às margens da BR-174, onde os tradutores se isolarão e farão os testes de Covid-19.

“Decidimos fazer o deslocamento desses tradutores indígenas por meios próprios, inteiramente por dentro dos caminhos tradicionais da terra indígena, sem passagem ou aproximação aos municípios de Kaminja que ficam próximos à terra indígena e sem qualquer contato com militares e pilotos que, com certeza, não poderão se submeter às condições de quarentena indicadas”, afirmaram.

Eles defenderam ainda que “todas medidas de segurança sejam rigorosamente seguidas sem exceção ou flexibilização” e destacaram que a consulta deve acontecer antes de uma decisão tomada sobre a construção do linhão.

“NÃO ABRIMOS MÃO DISSO!”, alertaram.

O linhão de transmissão, que conectará Roraima ao Amazonas, terá cerca de 750 quilômetros de extensão, dos quais cerca de 120 km passariam pelas terras dos Waimiri-Atroari.

O empreendimento é importante para cessar a dependência de Roraima de caras termelétricas locais e de importações de energia da Venezuela, suspensas há tempos devido à crise no país vizinho.

O presidente Jair Bolsonaro declarou o linhão como projeto prioritário e estratégico no ano passado, em tentativa de acelerá-lo, mas não adiantou. Mais recentemente, em meio às dificuldades para avançar, Bolsonaro chegou a afirmar que o governo sofreria “achaque” de índios e organizações não-governamentais nas negociações sobre o projeto.